é sobre florescer em movimento, ou seja, continuar se construindo e se amando mesmo diante dos dias gris.

2:00 e eu comigo.

São 2 da manhã e estou me tratando com amor e carinho, me dando suporte e um abraço quentinho. Das vezes que não estou sozinha e me sinto só, nada além de mim preciso para que me sinta bem.

Me faria um bem enorme alguém aqui. Não nego. Mas estou aqui, e está bom assim. Sem expectativa, sem esperar, sem criar manias e nem me preocupar. É tão bom estar leve.

Já houve dias em que sonhei que sozinha não seria bom. Mas hoje, às 2 da manhã, depois de um caos externo, no meu abraço eu me encontro só. Não é triste, é leve, lindo e poético. Necessário. Ir contra tudo o que a vida toda te venderam. “Felicidade está no outro”, eles disseram. Não. Está em você. No silêncio de uma noite, no conforto de estar com você, sem esperar. Só estar. E isso é incrível.

E, por mais plausível que seja ser alguém de todos e acreditar que assim é amada… já parou para se perguntar se se ama?

O amor dos outros é algo esperado. O nosso é necessário.
Vir de dentro pra mais dentro ainda. Profundo. Como uma pedra que cai num poço sem fim. Esse é o tamanho do que sinto por mim.

Amanhã talvez não mais.
Mas hoje, no meu abraço quentinho, às duas da manhã, é um conforto esplêndido.
Por mais vezes quero me proporcionar madrugadas assim.

É de uma paz conversar consigo e expor todas as suas dores e pequenas alegrias, para se ver o quão completa sou só sendo. Peço pela companhia do sono para me embalar no descanso da noite. Acompanhada de um som bem leve de fundo.

Refletir às vezes nos coloca em contradição.
Refletir ensina.
A grandeza de saber que o amanhecer está por vir, e você terá mais um dia pra contemplar o belo da vida. Consigo.

E no fundo do poço, quando a pedrinha bate na água, percebe-se que não é tão fundo assim.
É profundo. Mas tem fim.
Também assim é uma madrugada em que me abraço no conforto de estar.