#000137 – 02 de Abril de 2020

Escuto Huun-Huur-Tu e atravesso Beríngia. Neve na barba, mãos a ficar azuis, cheiro de suor e couro. Fumo adocicado dentro do abrigo, que apetece engolir. Um círculo humano à volta do fogo. E os sons guturais a vibrar em todos os peitos. Os sobretons a acrescentar camadas a cada som. A melodia atirada contra o frio como um ritmo animal. Palmas a bater, sacudindo o medo. A música é a tecnologia mais ancestral. Uma forma de vibrar com a terra, uma ação sobre o oculto ruído da imaginação.