#000155 – 20 de Abril de 2020
Não sei o que é a escrita. Não sei o que acontece quando escrevo uma história. Há ideias, até frases, soltas na cabeça. E um ato motor que regista grafemas. Durante a escrita, uma âncora que se desfaz facilmente. Que permite a ligação entre impulso e escrever. As personagens vão habitando um mundo que se tem de alimentar, uma alucinação controlada. Para acabar um livro, há que aprender a sonhar o mesmo sonho muitas vezes. Encontrar forma de o aumentar, de lhe dar nitidez e volume, com lucidez e risco. Não sei o que faço, quando escrevo histórias. É para o descobrir que insisto.