#000344 – 27 de Outubro de 2020

Α realidade virtual abrirá portas da percepção. Este optimismo de Jaron Lanier ainda não desapareceu. Menos optimista, eu tenho ainda assim um exemplo prático. Um desejo que a realidade virtual poderá realizar. Quero ver um tesseracto. Por enquanto, só consigo ver em ecrãs a projeção das suas 4 dimensões. Mas mesmo isso recorre à perspectiva, simulando três dimensões, porque a imagem no écran só tem duas dimensões. Descrevê-lo é confuso mas observá-lo não tem de o ser, tanto.

Com um capacete de realidade virtual ou aumentada é possível andar à volta de um tesseracto. Imerso nesse ambiente virtual, posso ver como um objeto de 4 dimensões surgiria na nossa realidade. É semelhante a uma personagem de Flatland ter tecnologia que lhe permite aumentar uma dimensão às suas capacidades de percepção. A diferença é que aqui a tecnologia não está a aumentar dimensões. Faz algo ainda mais impressionante: coloca à frente dos olhos um objeto matemático descrito em pormenor, mas que apenas se pode tornar conceito intuitivo quando o vemos.