#000356 – 08 de Novembro de 2020
Há que confiar no vazio. Antes de escrever, tenho a tentação de averiguar o meu estado. Sou capaz? Que tenho eu para colocar no papel? Para onde vai agora a personagem? Tenho energia? Lembro-me do que queria? Faz sentido o que escrevi ontem? Antes de escrever a primeira palavra, já estou em plena auto-sabotagem. Argumento comigo mesmo, e é titânico o esforço de me convencer de que sou capaz, que tenho coisas para dizer, que sei para onde vai a personagem, que tenho força, que o que me lembro é suficiente, que ontem não foi assim tão mau. Mas há outra forma, tão simples que é contra-intuitiva. Simplesmente escrever.