#000384 – 06 de Dezembro de 2020

Fantasia. É uma sensação de perigo escrever uma história em que tudo pode acontecer. Não há limites para a irrealidade. Miéville gosta muito de histórias como Alice no País das Maravilhas e Neverwhere. Quer em Kraken quer em Un Lun Dun, o enredo que no início é bastante clássico a seguir dissolve-se em experimentação. São, sem grandes surpresas, dois livros dele que ainda não acabei. Na história que escrevo, sinto a força gravitacional da experimentação. A única forma que tenho encontrado de manter a coerência é fazer a viagem com as personagens. Para isso, vivo com um pé nessa realidade instável, vou insuflando esse mundo em criação. E os dedos que escrevem são um fole a manter a chama viva.