#000471 – 02 de Março de 2021
Há uns anos atrás escrevia a sonhar. Literalmente a sonhar. Este é verbo tão evocativo que é necessário precisar. Durante um sonho, um sonho literal, sentava-me na cama e puxava do caderno. Os olhos ainda fechados e a cabeça a sonhar, um sonho não metafórico, escrevia. Deitava-me logo a seguir. E geralmente esquecia-me que tinha escrito. Quando me lembrava de pegar no caderno, parte das palavras eram irreconhecíveis. As outras pareciam intensamente simbólicas e arcanas.