#000475 – 06 de Fevereiro de 2021
Há quase meio ano que escrevo diariamente. Trinta e seis mil palavras de romance e quatro ou cinco contos acabados e submetidos são o resultado desta regularidade. É bom não perder o contacto com o que estou a escrever. Ao longo dos anos fui-me habituando ao texto curto, porque me foi faltando fôlego. É difícil manter a cabeça acesa, alimentar um mundo onde vivem as personagens que ainda não conhecemos, lidar com as muitas fases que um texto longo atravessa e cortar, cortar, cortar. Um texto de poucas páginas até o podemos escrever de uma só vez. E algo que se acabe numa semana ou duas é razoavelmente fácil de rever. Uma personagem que envelhece ou que simplesmente muda, uma história que atravessa uma geografia, um tom que se quer coerente ao longo dos capítulos, tudo isto me custa. Sou um aprendiz lento. Mas tenho continuado em frente. Felizmente, não publiquei outros livros que acabei nas últimas duas décadas. Pude continuar a falhar, ligeiramente melhor.