#000488 – 19 de Março de 2021
Comprei um caderno. Ainda tenho cadernos com 30 anos. Já não os abro há muito tempo. Passou a adolescência. Entrei na faculdade, terminei o curso e foi sempre em papel que escrevi. O primeiro computador só o teria uns anos mais tarde. Um teclado foca a atenção pelo som e pela cadência táctil. No papel é a caligrafia, o ato físico de desenhar e manter proporções e legibilidade que prende a mente. São mais do que métodos diferentes, são atividades diferentes. Voltei a esta, com uma caneta de vácuo, gorda e transparente. Vejo a tinta, escuto o raspar do aparo e, curiosamente, escrevo um diário que não, não transcrevo para aqui.