#000524 – 24 de Abril de 2021
Ruins. Do Japão vem esta fúria expressiva. Banda que canaliza o caos matemático do mais brutal prog. Que assume uma híbrida sensibilidade de jam session jazzística mesclada de agressividade de banda hardcore perante o público. E sugere a energia de performance thelémica à Mike Patton a rugir em palco com os Moonchild. Escrever é já trair a experiência da música dos Ruins. A única forma de abordar com linguagem escrita os momentos de maior liberdade na música é de ir sabotando a descrição. É uma forma de homenagem ao som a que se refere. Presta-se ao ridículo. Tudo falha. Ilustrar é impossível, descrever é inútil, explicar é catastrófico. E é absolutamente irresistível atirar-me a esta tarefa imbecil e presunçosa: juntar ruído verbal à refeição de som.