#000556 – 26 de Maio de 2021

Diz ainda Touré: os que defendem a ideia de racismo estrutural entram em contradição. Definem o racismo como o resultado agregado de atitudes individuais de pessoas racistas. Argumenta Touré que é compreensível que as grandes corporações usem, por interesse próprio, o emblema do combate ao racismo estrutural. É que não há nada de estrutural na soma de atitudes individuais. Mesmo que se substituam as pessoas ou se reeduquem, nada muda na estrutura, no sistema. O autor americano diz que o racismo deve ser entendido do ponto de vista de construção social. E que não é possível separar as questões económicas e sociais do racismo. Estas ideias seriam perfeitamente convencionais para os activistas que lutaram pelos direitos civis nos EUA. E seriam abjectas para os que defendiam o sistema, para que a discriminação racial se perpetuasse. Agora, surpreendentemente, as coisas inverteram-se.