#000586 – 25 de Junho de 2021
Oblomov não sai da cama durante um montão de páginas. E eu não consegui avançar no livro que entretanto era devido à biblioteca. Ainda sinto, em dias mais incautos, a ansiedade que aquela procrastinação fez emanar das páginas. Em alguns casos, não sei desfrutar de personagens que partilham defeitos que detesto em mim. E assistir ao percurso das personagens ainda me aflige mais, porque não posso fazer nada. Na ficção, reino que a criatividade vai reinventando, os enredos estão escritos. Na vida, podemos sempre esperar fazer melhor. Isso talvez explique a minha inclinação para utopias e distopias. Gosto de ver na ficção hipóteses de sucesso e insucesso, caminhos bons e errados. Custa-me muito mais lidar com a descrição da incapacidade e da indecisão.