#000761 – 28 de Setembro de 2021
Comecei a tomar nota dos sonhos há mais de 15 anos. Houve três ou quatro períodos em que o fiz, separados entre si por alguns anos. Desta vez, escrevo ao acordar a meio de um sonho desde 16 de Novembro de 2019. Comecei a fazê-lo ainda em Atenas e uso sempre o mesmo caderno. Em cada um dos períodos em que tomei notas do sonho do qual acordo, tinha uma abordagem diferente. Numa das que mais me entusiasmou, escrever estava integrado no sonho, no sono. Praticamente não abria os olhos para escrever e ainda sonhava no momento de tomar notas. Pousava a caneta e o papel e voltava a dormir. Esquecia-me quase sempre que tinha sonhado e escrito. De manhã, abrir o caderno era entusiasmante. Era sempre difícil ler os rabiscos que ali estavam, tive que ir usando cada vez papel maior e passar a escrever em maiúsculas enormes. Tudo era muito irreal e por vezes, mesmo sendo legíveis todas as letras, as palavras não correspondiam a nada em português. Desta vez há algo que é frequente e que me agrada muito também. Escrevo sobre o momento de acordar. Tenho notas que descrevem como a realidade de um som, uma sensação no corpo, um cheiro entraram no sonho. Como o momento de acordar se liga à bizarra narrativa do sonho. Gosto de reler essas ligações entre a irrealidade do sonho e o ambiente em que dormia.