#000857 – 02 de Janeiro de 2022

Nos filmes americanos, há as time capsule. Baús onde se guardam objetos que mostrarão o que se é, o que se foi, ao nosso eu futuro. Que ideia tão tétrica. É verdade que tem uma certa piada imaginarmos o nosso eu futuro a reencontrar estes vestígios. Mas no fundo são bombas-relógio de nostalgia. O eu futuro encontra o que ali está e nem se reconhece. Dói a não coincidência com o que se imaginava ser possível. O que seria interessante era uma time capsule enviada para quem fomos no passado. Uma espécie de espanta-espíritos, para prevenir caminhos em que nada se aprenderá. O que deixaria eu no baú para o adolescente que fui?