#000925 – 11 de Março de 2022

Escuto progressistas russos, ucranianos, montenegrinos, sérvios, na transmissão da DiEM25 e a posição é clara. O agressor é a Rússia, foi Putin que agiu, não foi a NATO. Esta, de qualquer forma, não é a solução. Um montenegrino lembra o amigo que teve leucemia, depois dos bombardeamentos da NATO com urânio empobrecido. Uma sérvia lembra-se de como fez parte da resistência contra a ditadura de Slobodan Milošević e a seguir sofreu com as bombas da NATO. Uma alemã emociona-se a dizer que nunca pensou ver os europeus a aplaudir a remilitarização da Alemanha. Se há uma coisa que une progressistas é a condenação da Guerra, de todas as guerras. Um ucraniano sugere como possível solução a adesão da Ucrânia à UE e a sua neutralidade que, junto com a cedência de alguns territórios ofereceria uma “vitória” a Putin. Sinto-me triste com o meu pessimismo: penso que a União Europeia nunca aceitaria acolher um país em ruínas, se nem sequer aceita que um país pobre possa reestruturar a sua dívida. Ainda estou muito longe de ficar cheio da coragem da desesperança. Assusta-me o ponto que faz surgir essa ética, a dos que não têm solução que não seja lutar, já nem pela sobrevivência, apenas pela dignidade de fazer frente ao opressor.