#001012 – 06 de Junho de 2022
Num documentário do John Pilger vêm-se vários tipos de protestos contra bases militares dos EUA no pacífico. No final do filme, um destes protestos comove-me. Um velho protesta diariamente, junto ao estaleiro de construção de uma nova base na Coreia do Sul. Avança, como os budistas em peregrinação, fazendo uma vénia profunda a cada passo, ajoelhando-se e deitando-se por terra. Uma artista acompanha-o de cada vez, logo atrás, a coser flores em tecido, em silêncio. Explica a artista coreana que é muito perigoso o que o velho faz, pois de cada vez que se deita no chão, deixa de ser visível aos carros e pode facilmente ser atropelado. Ela acompanha-o para o proteger. Esta solidariedade prática parece-me de uma profunda humanidade. De nada mais precisamos.