#001014 – 08 de Junho de 2022

No surf, as competições da World Surf League passaram a ter prize money de igual valor para homens e mulheres. Uma das consequências é bem ilustradora: o nível de qualidade do surf feminino deu um salto grande, num curto espaço de tempo. Ver a Justine Dupont numa onda gigantesca e assustadora em Teahupo'o, ver o surf musculado e ágil de Carrissa Moore, ou a criatividade de Johane Deffay é uma vacina contra qualquer tipo de sexismo que desconsidere a capacidade das física das atletas de sexo feminino. E a nova geração, de adolescentes e pré-adolescentes já mostra que se preparam ainda mais frutos desta evolução. As manobras aéreas, o surf em spots como Pipeline, antes considerados demasiado perigosos para o sexo antes considerado como demasiado frágil, as competições como a prova de tow-surf na Nazaré, com homens e mulheres a competir lado a lado, para o mesmo prémio, tudo demonstra uma evidência: a diferença entre o que homens e mulheres conseguem fazer desportivamente é muito menor que a diferença entre os corpos de uns e de outros. E tende para se estreitar ainda mais, desaparecendo.