#001017 – 11 de Junho de 2022
As muralhas precisam de umas centenas, ou mesmo milhares, de anos para ganhar charme. Cresce a erva, aparecem flores, aqui e ali mesmo uma árvore teimosa. Tudo fica coberto de vida, misturado no que é natural e antigo. E fica um vestígio de coisas que reconhecemos arcaicas: canhões e exércitos. Quando vemos a guerra em direto, e o metal das armas reluz, tudo repugna e agride. O tempo é uma terapia lenta, chamamos-lhe história, que se faz já as vítimas desapareceram. Para construirmos a paz, é preciso uma urgência de quem tem tudo a perder.