#001081 – 16 de Agosto de 2022
Quer o Tricking quer o Parkour têm as suas origens nas artes marciais. Agora que tricking e parkour se estão quase a fundir e tanto se influenciam mutuamente, cada vez mais desaparece a essência das artes marciais. A mim, isto deixa-me com alguma tristeza, eu que gosto mais de um pontapé que de uma rotação. Muitos trickers (queixam-se lendas como o Anis Cheurfa) não sabem dar pontapés. A Red Bull patrocinava a que chegou a ser a principal competição de tricking. Chamava-se precisamente Kick It e uma das provas ia à tradição do Taekwondo testando a perícia e a capacidade física dos atletas ao dar pontapés. Nas origens destes desportos, as rotações eram uma forma de intensificar pontapés. Agora, são o foco principal. Em modalidades tão recentes, tudo está em mutação, e é impossível saber o que vai ainda mudar. Talvez, como noutras coisas, se recuperem aptidões que merecem fazer parte da panóplia de truques deste atletas. Veremos. Por enquanto sinto-me como se no surf os aerials, precisamente os movimentos mais audazes e interessantes, estivessem a ser abandonados.