#001109 – 13 de Setembro de 2022
Se removermos os elementos de body-horror, podemos ver o Alien do Ridley Scott como parte de um género dentro do sci-fi. Há muitas histórias assim. Um grupo de astronautas viaja, com todos os constrangimentos de terem de partilhar pouco espaço e de conviver durante muito tempo. As coisas começam a correr mal e, geralmente, morrem todos ou quase todos. Um exemplo excelente do género é o Nightflyers, do George R.R. Martin. A série que adaptou a história começa de forma genial, precisamente com o desfecho típico destas histórias, o caos assassino em que os astronautas se viram uns contra os outros. Toda a história é contada como um grande flashback que explica a cena inicial. Sabemos já para onde a história se dirige e vamo-nos surpreendendo na mesma, talvez ainda mais, porque conhecemos as personagens que na cena inicial estão tão alteradas e antes de tudo correr mal nada fazia prever o horror que se seguiria. Em Alien a ameaça é externa, mas torna o próprio corpo humano terreno de incubação do monstro. Estas histórias todas me parecem ser sobre uma mesma coisa: a claustrofobia. Ou de outra forma, o extremo da visão negativa de que não conseguimos viver uns com os outros, quando os recursos são limitados, o espaço é pouco e tudo depende da estreita colaboração de todos.