#001251 – 05 de Fevereiro de 2023

“Carnival Row” é brilhante. A sua atmosfera política e estética aprendeu mais com a época Vitoriana que quase todo o Steampunk. Há outra série cuja história não ignora a luta de classes entre a aristocracia e as multidões exploradas pela indústria nem faz da tecnologia um fetiche sem consequências materiais. É “Arcane”, a adaptação de um videojogo. Geralmente o Steampunk é, como Cory Doctorow diz, a idealização da tecnologia, a ideia de que um artefacto tecnológico pode ser produzido por um cientista solitário, como produto do seu engenho, totalmente desligado da cadeia de produção e distribuição industrial e, por isso mesmo, sem o contexto da complexidade e dos problemas causados pela indústria. Talvez devamos estar gratos ao Steampunk por ter originado histórias com premissas e abordagens que contradizem os seus princípios, elevando o género a possibilidades que não tinha.