#001358 – 24 de Maio de 2023

“It's only a matter of faith whether we call it human stupidity or machine intelligence. They're indistinguishable logically”. Diz Jaron Lanier e mais. Diz ele que faz sentido compensar financeiramente as pessoas cujo trabalho criativo é reapropriado por ferramentas como o Chat GPT. Mas não ajuda nada a nossa habitual forma de pensar a “inteligência artificial” (Lanier rejeita a expressão e é até o autor de um texto na New Yorker intitulado “There Is No A.I.”). Diz que deveríamos pensar nestes programas, como os “Large Language Models”, não como entidades artificiais inteligentes, a caminho da omnipotência e de um estatuto divino, mas simplesmente como uma expressão da colaboração dos seres humanos. Diz que esta forma de endeusar estes pedaços de código e lhes atribuir iniciativa e consciência não nos ajuda a resolver os desafios que a tecnologia nos coloca. Lanier trabalha para a Microsoft. Depois de ter sido um dos pioneiros da e de dar nome à Realidade Virtual, trabalha nestes modelos de linguagem na Microsoft (que habitualmente chamamos de inteligências artificiais). O Chat GPT está integrado com o software da Microsoft que é também o maior financiador da empresa que criou este modelo, a Open AI. Não é uma voz maioritária, mas é interessante. Outras vozes que também nos fazem pensar de forma mais produtiva e crítica são por exemplo Emily Bender e Timnit Gebru autoras (entre outros) do artigo “On the Dangers of Stochastic Parrots”.