#001452 – 27 de Agosto de 2023

Ontem li o prefácio à edição em inglês do “The Quadruple Object”. Graham Harman escreveu o livro num espaço de tempo muito curto. Explica que usou algo que ensinou aos seus alunos: evitar o nada e o infinito. O nada é o espaço vazio da página. E o infinito é a vastidão de querer abordar tudo. Diz o filósofo que restringiu a sua própria liberdade a um conjunto de circunstâncias não infinitas e possíveis de gerir. Apliquei esta estratégia aos livros que leio, a três listas em particular. Tenho marcados 46 livros como leitura em curso, 148 como leitura inacabada e 141 como próxima leitura. Criei uma limitação para as minhas leituras: duas regras e uma prioridade. Primeiro leio os que estão marcados como leitura em curso, ao acabar passo para leitura inacabada e ao acabar para os que estão como próxima leitura. As duas regras: só posso ou ler até ao fim um livro ou removê-lo da lista. Estou a ler “A Spectre, Haunting: On the Communist Manifesto”, do Miéville, que tinha iniciado há muitos meses. Noto para já que estas limitações me fizeram escolher melhor o livro que leio e me sossegam, criando um certo compromisso com a leitura em curso. O principal, espero, é ter encontrado um antídoto para estar sempre a começar livros, antes de acabar os que tenho em mãos.