#001481 – 25 de Setembro de 2023
Amanhã osteopata. São muitas mazelas, nem todas físicas. Mas é sempre o corpo o fulcro de tudo. A minha forma de evitar o dualismo é acreditar no corpo, como o local do pensamento, do sentimento, da acção, da memória. Há apenas corpo, sobretudo corpo, ainda corpo. Talvez a consciência seja algo aquém do corpo. O lugar primordial, antes que uma dor, uma memória específicas nos distraiam do que é tudo. Ser consciente talvez seja esse momento antes de o corpo ser separação, esse lugar momento em que não me separo de tudo o resto, de todos os outros. Estas mazelas, nem todas físicas, são uma distração. Mas não me definem. Não são sequer um contorno, uma fronteira. São momentos de queda e vulnerabilidade, de reconhecimento de que existo. É necessário o instante a seguir, em que reconheço que não sou o centro de tudo.