#001588 – 10 de Janeiro de 2024

Hav, de Jan Morris, ou New Crobuzon, de China Miéville podem não existir. Mas são tão verdadeiras como a Lisboa de Saramago ou a Nova Iorque de Paul Auster. Dizem muito sobre os humanos e a forma como os séculos transformam um local habitado por pessoas. Disse Picasso: “Art is a lie which makes us realize the truth”. E escreveu Ursula K. Le Guin, sobre o ofício dos escritores, no seu maravilhoso prefácio a The Left Hand of Darkness:

I talk about the gods, I am an atheist. But I am an artist too, and therefore a liar. Distrust everything I say. I am telling the truth. The only truth I can understand or express is, logically defined, a lie. Psychologically defined, a symbol. Aesthetically defined, a metaphor.