#001684 – 15 de Abril de 2024

É tão estranho que até cientistas de renome, ao falar sobre o livro arbítrio, confundam o determinismo com a predestinação. Às tantas falam sobre as coisas estarem “pre-determinadas” o que não tem nada a ver com a estrutura causa-efeito defendida pelo determinismo. O determinismo faz com que, olhando para trás, se veja tudo à luz da cadeia de relações entre causas e efeitos. Mas não nos permite olhar para o futuro com a ideia de que as coisas já estão decididas. Numa conversa com dois físicos conhecidos, às tantas um deles pergunta ao outro e se um extraterrestre com tecnologia muito avançada viesse até ti, com o conhecimento de tudo o que, segundo as leis de causa e efeito, iria acontecer na tua vida? Irias querer na mesma viver? Valeria a pena, uma vez que já saberias o que iria acontecer? E não se aperceberam que a forma como a questão foi colocada ignorou a própria ideia de causa e efeito. Obviamente, há que dizer, sabermos o que “iria acontecer” é uma em si mesmo uma causa com os seus efeitos. Não é possível ao mesmo tempo viver constrangido pelas leis determinísticas e fora delas.