#001887 – 27 de Julho de 2024
Nono dia. Pedalei 85 km, de manhã até ao fim da tarde, num total de seis horas. Parei dezenas de vezes e umas duas horas ao almoço. Desci de Venda Nova até Livração, por Salto e Cabeceiras. O caminho que passa por Magusteiro é deslumbrante. Mais à frente, entre Leiradas e Boadela, a descida é alucinante, mais cansativa que muitas subidas, exige muita força nas mãos, para tanta travagem. Chegar a Arco de Baúlhe deu-me ânimo e quis pedalar mais um pouco. Comi em Celorico. Depois de chegar a Amarante, atirei-me à antiga linha de comboio. Depois de contornar a antiga ponte ferroviária, segui pelo singletrack que agora ocupa o espaço por onde passava o comboio. Levava já umas cinco horas de viagem e cerca de 70 quilómetros nas pernas. A esperança de ir assim até Livração de novo me animou. Foi um pouco surreal passar ao lado do Parque Aquático de Amarante, com centenas de pessoas de fatos de banho à espera para descer nos escorregas, e pouco depois uma desilusão. A Ponte Ferroviária de Baia está no mesmo estado da de Amarante, tem o chão levantado. Não seria impossível atravessá-la com uma bicicleta, mas o risco de cair e morrer era muito grande. Desviei-me, contrariado, mas a seguir a algumas curvas e um par de subidas na estrada, na antiga estação de Vila Caiz, foi possível retomar o caminho. Cheguei feliz, menos cansado ao chegar do que a meio da viagem. Entrei na estação de Livração vindo dos carris (em desuso). Fui recebido por dois amigos de quatro patas, simpáticos, pequeninos e rafeiros, que se comportavam como os donos da estação, espantando outros animais e buscavam festas, de vez em quando. Apanhei um urbano até Rio Tinto, onde agora escrevo, um pouco espantado com a naturalidade da viagem, uma vez completada.