#001928 – 07 de Setembro de 2024

Num emprego, há muito anos, as coisas estavam mal. Havia pouco que fazer e fui inventando tarefas. No início eram úteis, embora secundárias, sobretudo a reorganização de coisas que já funcionavam. Depois foram-se tornando menos necessárias e por vezes repetiam-se em ciclos que me tornavam uma espécie de Sísifo burocrático. Hoje, tenho tarefas importantes, cuja produtividade é analisada em detalhe e cuja eficiência me é exigida. E foi, entre outras coisas, a resistência mental que desenvolvi a fazer ações mecanizadas muitas vezes, ao longo de horas, dias e semanas, no computador, que me preparou para fazer bem o que faço. Isto diz-me que os pragmáticos não têm a razão toda. Por vezes, o inútil é solo fértil para algo de produtivo.