#001979 – 28 de Outubro de 2024

Em “Life as no one knows it” Sara Imari Walker tem um capítulo que é escrito na segunda pessoa, dirigido a Einstein. Refere a cientista, nesta espécie de carta a Einstein, que em 14 de Setembro de 2015 as ondas gravitacionais, previstas 100 anos antes por Einstein, foram detectadas. A forma de o descrever é de uma poesia concreta que às vezes se vê no discurso científico. Escreve Sara que a sinfonia de um universo a descrever-se a si mesmo demorou 0,2 segundos e cantou nos nossos instrumentos 1,4 mil milhões de anos depois de acontecer. Nem Einstein era nascido nem sequer a vida na Terra era multicelular. A teoria de Einstein previu aspectos de eventos que aconteceram no seu passado e que só poderiam ser confirmados por nós no seu futuro. O tempo que demoraram a chegar até nós as ondas gravitacionais provocadas por dois buracos negros em colisão tem esta estranheza, em que o presente é, muito concretamente, o futuro de um passado incrivelmente distante que só agora podemos medir.