#002016 – 04 de Dezembro de 2024

Ler de menos. É sempre de menos, por mais que leia. Ler mal, sem o necessário silêncio, sem tomar notas adequadas, sem contexto nem capacidade de interpretação suficientes, sem grandes referências, sem rumo, quase mesmo sem propósito. Leio porque não ler seria pior, não ler seria deserto insuportável, pouco mais do que não respirar. Seria sufocar na minha própria ignorância que assim, lendo, ao menos ganha fôlego e tamanho. Na metáfora de Wheeler, vivemos numa ilha, rodeados pelo mar da nossa ignorância. E à medida que a nossa ilha de conhecimento aumenta, aumenta também o litoral da nossa ignorância.