#002082 – 08 de Fevereiro de 2025

Quero lançar os monstros todos da minha ficção sobre a película de espuma quotidiana. Inventar fragilidade na crosta infecta da distopia, abrir-lhe fendas de luz. Articular o medo do futuro, em histórias com pessoas e dúvidas, memória e confusão. Quero voltar à página, ao vazio temporário da minha ignorância, esvaziar-me das notícias e ideias que me cristalizam. Limpar-me em esperança e lucidez, lavar o pó todo da política, remover do corpo o cheiro que atrai os lobos da violência.